Após quase três anos do lançamento do programa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, oficializaram, nesta segunda-feira (18), a primeira contratação de profissionais para o Médicos pelo Brasil, substituto do Mais Médicos, criado durante a gestão de Dilma Rousseff (PT).
Nesta primeira etapa, foram chamados 529 profissionais. A previsão é de contratação de cerca de 1,7 mil no mês de abril. Os demais chamamentos vão ocorrer durante o período de vigência do edital, sendo a maioria ainda neste ano. No total, o programa vai oferecer 4.600 postos para médicos atuarem no país. São 4.057 vagas para bolsistas e 595 para tutores.
Segundo o ministério, o estado que mais vai receber profissionais, nesta primeira leva, é a Bahia, com 68 médicos. Na outra ponta de comparação, Acre terá apenas um. De acordo com a pasta, o programa vai substituir gradativamente o Mais Médicos para o Brasil na atenção primária à saúde.
O Médicos pelo Brasil foi lançado em 2019 com o objetivo de estruturar a carreira de saúde federal em locais com dificuldade de provimento e alta vulnerabilidade. Ao todo, o governo investiu cerca de R$ 783,6 milhões no programa.
Uma das principais diferenças entres os programas é que, no mais recente, a contratação é com carteira assinada. Anteriormente, o contrato era por tempo pré-determinado — três anos. O Médicos pelo Brasil terá quatro níveis salariais, com progressão a cada três anos, e serão mais valorizados aqueles que optarem pelas localidades mais remotas e com pouca procura.
Na época do lançamento, o ministério havia informado que os salários iniciais giram em torno de R$ 14 mil, mas podem chegar a R$ 31 mil, de acordo com a localidade e o desempenho do profissional.
Bolsonaro criticou o Mais Médicos diversas vezes, principalmente por que o antigo programa, lançado em 2013, consistia em uma parceria com profissionais cubanos. O pagamento era feito a Cuba, que repassava parte da verba aos contratados. Em 2018, o governo do país anunciou o fim da parceira.
O novo programa de Bolsonaro vai contratar profissionais brasileiros e estrangeiros. Neste caso, precisam apresentar o Revalida, exame que certifica que os conhecimentos adquiridos em outro país habilitam o profissional para atuar no Brasil.