quarta-feira, janeiro 22, 2025

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Lira erra e arma confronto artificial com Padilha. Quer algo. O que será?

Ora, a imprensa noticiou ao longo da quarta-feira que aliados de Lira, em especial Elmar Nascimento (União-BA), estavam empenhados em esvaziar a sessão que apreciaria a prisão de Chiquinho Brazão. E foi o próprio pré-candidato à Presidência da Câmara a anunciar a disposição. Disse com toda as letras que entendia inexistir prisão preventiva para parlamentares etc. Ademais, todos sabem quando Lira está e quando não está empenhando numa causa.

Quando houve o pedido de vista para adiar a votação sobre a manutenção ou não da prisão de Brazão, no dia 16 de março, o chefão poderia ter apelado ao Regimento e levado a questão para plenário e pronto. E a decisão do STF teria sido referendada por maioria muito mais larga. Não o fez, flertou com patranha, e há quem queira que se deu, assim, um recado ao STF. Só 129 votaram contra a manutenção da prisão, é verdade. Mas apenas 277 a endossaram e só 435 marcaram presença. O próprio Elmar planta por aí que sua estratégia foi bem-sucedida. Acha que ausentes e colegas que votam contra a prisão são futuros eleitores seus.

E que se note: Elmar não agiu na surdina. Alardeou a sua posição e a sua estratégia. Houve discordantes no próprio União Brasil: 16 votaram para manter em cana o acusado de ter mandando matar Marielle Franco, operação em que morreu também o motorista Anderson Gomes.

E PADILHA COM ISSO?
Vamos lá: o que Padilha tem com isso? Lira teria reclamado do fato de que o ministro ter dito o que segue:
“Nós nos posicionamos desde a manhã e o governo orientou na CCJ pela manutenção da prisão. E mantém essa orientação”.

Esperem. Não entendi. Lira quer proibir o governo de ter uma orientação em votações?

Fico com a impressão de que o presidente da Câmara foi surpreendido. Eu nem acho que ele saiu enfraquecido da votação — não por ora. Ele está destinado à fraqueza. Ainda que venha a fazer o seu sucessor na Câmara, todo mundo sabe que a fidelidade, nesses casos, costuma ser bastante faceira com novos amores. Continua, sim, muito poderoso, mas me parece que muitos parlamentares não quiseram pagar o preço ou da omissão ou da oposição à prisão. Até o PL resolveu recuar do fechamento de questão: sete votaram “sim”; cinco se abstiveram, e 12 não marcaram presença, ainda que a esmagadora maioria (71) tenha obedecido à orientação de se opor ao STF.



FONTE: Agência Brasil

PEDRO SILVA
PEDRO SILVA
SÓCIO GERENTE DO JORNAL ACONTECEU.

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