Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, as forças armadas do país e a população local têm resistido como pode à superioridade bélica de Moscou. Apesar da diferença entre os exércitos de Vladimir Putin e Volodmir Zelenski, as pequenas vitórias ucranianas ainda conseguem sobressair em relação aos bombardeios russos
Um dos maiores objetivos russos, que era conquistar a capital da Ucrânia, Kiev, foi deixado de lado por Moscou no final de março. De acordo com as forças armadas da Rússia, as tropas do país serão deslocadas para outras áreas de batalha, como a região separatista de Donetsk e Lugansk
Após mais de 45 dias com a região metropolitana sendo alvo de ataques, Kiev agora enterra os mortos de Bucha e Irpin, duas das cidades no entorno da capital que foram palcos de confrontos entre as forças armadas dos países. Equipamentos militares russos destruídos são vistos pelas ruas da região, enquanto Zelenski continua comandando o país a poucos quilômetros dali
Outro ponto que frustra as ações russas, é o ganho de popularidade de Zelenski. Visto como apenas um humorista que chegou no poder por acaso, o presidente da Ucrânia se tornou um dos símbolos da resistência do país
Seus discursos transmitidos mundialmente, sempre com roupas com cores que lembram o camuflado do exército ucraniano, costumam carregar mensagens de esperança para as tropas do país e cobranças de ajuda destinadas à comunidade internacional
Por apreço a Zelenski ou rivalidade com russos, a verdade é que as sanções impostas a Moscou são um dos exemplos que o presidente ucraniano está sendo ouvido. O mandatário é rotineiramente convidado para discursar em parlamentos de todos os cantos do mundo, incluindo Estados Unidos, França e Japão
Com a retirada de tropas russas da região de Kiev, líderes internacionais, como o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, visitaram a capital da Ucrânia para demonstrar apoio ao país
No campo naval, a Rússia perdeu o seu maior cruzador no mar Negro. Segundo o governo de Kiev, mísseis ucranianos teriam atingido o Moskva. A embarcação de 186 metros de comprimento ficou “gravemente danificada” por um incêndio causado por uma explosão de munições e sua tripulação de mais de 500 homens teve que ser evacuada, segundo o ministério da Defesa russo
O navio ganhou notoriedade no início da guerra na Ucrânia, ao se envolver no ataque contra a ilha das Serpentes, quando 19 marinheiros ucranianos foram capturados e trocados por prisioneiros russos. “Simbolicamente, é um duro golpe”, acrescentou uma fonte da AFP. Sobretudo, a perda do Moskva, um dos três cruzadores da classe Slava que pertencem à Rússia, “cria um vazio nas capacidades militares” no sul da Ucrânia
Segundo autoridades da Rússia, dois helicópteros ucranianos “equipados com armamento pesado” teriam entrado na Rússia e realizado “ao menos seis disparos contra edifícios residenciais da cidade de Klimovo”, na região de Bryansk, que fica próxima da fronteira ucraniana. Kiev nega estes ataques e acusou a Rússia de realizar “ataques terroristas” na região fronteiriça para alimentar a “histeria antiucraniana”
A Ucrânia também conseguiu capturar o compadre de Putin, Viktor Medvedchuk. O político pró-Rússia, cujo a filha é apadrinhada pelo presidente russo, estava desaparecido desde o início da guerra, mas foi encontrado na última semana. Zelenski afirmou que o empresário poderia ser usado como moeda de troca por soldados do país presos pela Rússia