quarta-feira, abril 30, 2025

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Ficth atribui rating “BB-” à nova emissão de notas com vencimento de 2033 da Petrobras | Finanças

A Fitch Ratings atribuiu classificação de risco “BB-” à nova emissão de notas seniores sem garantia com vencimento em 2033 da Petrobras. Os recursos das notas serão usados para pagar antecipadamente dívidas existentes e para propósitos corporativos gerais.

Segundo a agência de classificação de risco, os ratings e a perspectiva do rating da Petrobras estão atrelados aos ratings soberanos do Brasil (BB-/Estável) devido à importância estratégica da empresa para o país e à forte propriedade e controle do governo.

“A participação de mercado dominante da Petrobras no fornecimento de combustíveis líquidos no Brasil, juntamente com sua grande pegada de produção de hidrocarbonetos no país, expõem a empresa à intervenção do governo por meio de políticas de preços e estratégias de investimento”, dizem os analistas.

Segundo a casa, o perfil de crédito autônomo da Petrobras de “bbb” reflete a escala operacional da empresa, reservas provadas e perfil de alavancagem, todos comparáveis com empresas petrolíferas internacionais com grau de investimento.

“A Fitch prevê que a produção da Petrobras atingirá 2,9 milhões de barris de óleo equivalente por dia até 2025, em comparação com 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2022, e manterá sua vida útil de reservas provadas (1P) de quase dez anos”, estima a agência de risco.

A Fitch também espera que a Petrobras continue relatando fluxo de caixa positivo ao longo do horizonte de classificação, enquanto investe o suficiente para repor as reservas e aumentar a produção.

A casa destaca ainda que a Petrobras é a produtora de menor custo da região. Em 2022, a Fitch estimou que seu custo de meio ciclo era de US$ 15 por barril (bbl) e seu custo de produção de ciclo completo era de US$ 30 por barril.

“Seu baixo custo de produção levou a uma forte geração de fluxo de caixa em 2022, onde a Fitch estima que a empresa gerou US$ 65 bilhões em Ebitda. O fluxo de caixa da empresa cobre confortavelmente seus investimentos, conforme definido em seu plano estratégico atual”, observa.

Além disso, a Fitch destaca a expectativa de que os estatutos da Petrobras impeçam a interferência política para executar políticas e investimentos não estratégicos e antieconômicos.

“A Fitch entende que, de acordo com o estatuto da empresa, os membros do conselho e executivos têm a responsabilidade fiduciária de garantir que a empresa implemente estratégias de negócios lucrativas, caso contrário, poderão enfrentar responsabilidades legais pessoais. Essa consideração deve reduzir o risco de fortes impactos negativos sobre a Petrobras advindos de decisões não técnicas da empresa”, pontua a casa.

Recentemente, a empresa anunciou sua estratégia comercial revisada para produtos refinados, o que levantou preocupações quanto à intromissão política na empresa, mas a Fitch afirma que, mesmo que a política seja menos transparente do que sua política anterior de paridade de importação, a Petrobras deve continuar lucrativa e capaz de repassar custos incorridos com um lucro marginal.

— Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

FONTE: GLOBO.COM

PEDRO SILVA
PEDRO SILVA
SÓCIO GERENTE DO JORNAL ACONTECEU.

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