Evento deve movimentar R$ 600 milhões e espera receber 1,6 milhão de pessoas
Depois do show da Madonna no ano passado, o Rio de Janeiro receberá a cantora Lady Gaga também na Praia de Copacabana para uma apresentação gratuita, no dia 3 de maio. Segundo um estudo elaborado pela Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) e da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), o evento deve movimentar a economia da cidade em cerca de R$600 milhões.
Vale a pena receber tantas pessoas gratuitamente? O evento vai trazer retorno financeiro? Quão duradouros serão os efeitos do show? Entenda o impacto que a presença de milhares de fãs e ambulantes nas areias e calçadas de Copacabana trará à economia da Cidade Maravilhosa.
Impacto
Ainda de acordo com o estudo da SMDE e Riotur, os números esperados para o evento apontam um aumento de 27,5% da movimentação econômica na cidade em relação ao show da Madonna, quando o impacto alcançou R$ 469,4 milhões. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, o show é importante do ponto de vista econômico, pois movimenta a cidade em um mês antes considerado de baixa temporada.
Das 1,6 milhão de pessoas esperadas, 240 mil devem ser turistas, sendo 80% estrangeiros e 20% nacionais. O público de cariocas e moradores da Região Metropolitana corresponde a 1,36 milhão. A atração faz parte de uma série de shows gratuitos no Calendário de Eventos do Rio de Janeiro, a “Todo Mundo no Rio”, que ocorre todo mês de maio até, pelo menos, 2028.
Léo Morel, analista, pesquisador do mercado musical e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que eventos de grande porte como o show da cantora pop movimentam setores como turismo, hotelaria, transportes e alimentação, o que impacta diretamente a economia local.
“Também podemos observar impactos na geração de emprego. Teremos não só profissionais na montagem do palco ou produção do evento, mas também ambulantes que venderão comida, roupas e outros produtos ao público”, pontua. Segundo Morel, os empregos temporários demandados pelo show geram efeitos significativos no cenário econômico.
“Um show dessa magnitude ajuda a consolidar a imagem do Rio de Janeiro como capital cultural”, diz. Para ele, o diálogo entre o poder público e a iniciativa privada é ideal para atrações culturais de grande porte, como o show da cantora pop.
Lojas, hotéis e restaurantes
De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio), Aldo Gonçalves, a expectativa para o evento é positiva. “Um evento gratuito, de uma artista internacional, em Copacabana e em pleno feriado prolongado, é a combinação perfeita para atrair milhares de pessoas ao Rio. É uma grande oportunidade para o varejo carioca turbinar suas vendas e atrair novos clientes”, afirma.
Neste período, as vendas de roupas, acessórios, souvenirs e outros itens ligados à cantora tendem a aumentar. “Muitas pessoas buscam montar aquele look especial para o show, o que impulsiona o consumo”, explica Gonçalves.
Para Gonçalves, os comerciantes devem preparar um planejamento estratégico para a atração: reforçar estoques, treinar as equipes de atendimento, revisar os sistemas de pagamento e investir na comunicação visual das lojas são ações fundamentais. “Também recomendamos aproveitar o momento para divulgar promoções e ofertas nas redes sociais, conectando-se diretamente com o cliente”, orienta.
FONTE: JORNAL O DIA