sábado, maio 4, 2024

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Dia de São Jorge tem festa nas ruas do Centro do Rio e de Quintino com milhares de fiéis, drones e projeções

Uma legião de fiéis vestindo vermelho ocupa as ruas do Centro do Rio e do bairro de Quintino, na Zona Norte, nesta terça-feira, dia de São Jorge. O padroeiro do estado do Rio foi celebrado desde o amanhecer, com a alvorada nos dois bairros. Antes das 5h, a circulação de pessoas já era intensa pela cidade. Neste ano, a Igreja Matriz de São Jorge fez projeções nas paredes da igreja, e um drone levantou a imagem do santo guerreiro, como é conhecido entre os devotos.

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Centro da cidade é repleto de celebrações ao dia de São Jorge — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo
Centro da cidade é repleto de celebrações ao dia de São Jorge — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo

O dia amanheceu com céu limpo e, em poucas horas, o sol esquentou o suficiente para fazer os fiéis procurarem algum escasso lugar na sombra, e se hidratar. Próximo ao palco, a Cedae instalou um estande onde distribuía água gratuita para quem passava. Um idoso passou mal e precisou de ajuda para beber água. A missa foi do lado de fora, mas o entorno da Igreja de São Gonçalo e São Jorge, no Centro do Rio, ficou tomado de gente. Mesmo sendo feriado, algumas lojas da Rua da Alfândega abriram, para aproveitar o movimento. As barracas de ambulantes também competiam com camisas, fitinhas, bonés, e até a planta “espada de São Jorge”.

Devota desde pequena, a dona de casa Fabia Soares, de 23 anos, levou as filhas Sofia, de 7, e Manuele, de 2, para pagar a promessa que fez, em agradecimento ao santo. Para ela, São Jorge é responsável pela cura da caçula, que segurava uma imagem do padroeiro do Rio. Fabia conta que comprou o artigo em e-commerce, há um mês, por ser mais barato.

— Ela nasceu com muitos machucadinhos na cabeça, os médicos não sabiam o que era, não descobriam, e eu prometi visitar por sete anos caso ele curasse a minha caçula. E aconteceu. Poucas semanas depois, ela melhorou e eu fiz questão de vir — conta.

Uma fila se formava para entrar na igreja, e outra para receber um passe, para atrair proteção. Com doações voluntárias de valores simbólicos, centenas de pessoas foram atendidas por Pai Silvio de Oxóssi.

— As pessoas continuam buscando proteção. A gente precisa de saúde, de união, não de luxo. O passe é algo muito especial e sagrado, é o reforço de uma proteção que já existe, e nunca é demais — afirmou Pai Silvio de Oxóssi.

Ao final do passe, os fiéis recebiam uma folha de flor de Xangô que, segundo ele explica, resolve as causas que estão travadas sem solução.

Luzes e cores na alvorada em Quintino: madrugada de celebração ao Santo Guerreiro — Foto: Divulgação / Foto de @fcssphotography
Luzes e cores na alvorada em Quintino: madrugada de celebração ao Santo Guerreiro — Foto: Divulgação / Foto de @fcssphotography

Em Quintino, a festa tomou a Rua Clarimundo de Melo, onde fica a Igreja Matriz de São Jorge. Além dos fiéis na capela e pelos arredores, mais barraquinhas de artigos religiosos, de petiscos e de bebidas se enfileirava em busca de um quinhão. Por volta das 10h30, uma fila de táxis também se alinhava no fim da rua, aguardando os passageiros. Um dos motoristas, que não se identificou, diz que o movimento estava aquecido por conta do feriado.

O vendedor de terços, amuletos e bijuterias, Francisco de Assis, de 30 anos, viaja o Brasil com sua mercadoria. No Rio, só vende no dia de São Jorge, em Quintino.

— Já teve ano melhor. Aumentou muito o número de vendedores, então distribuiu mais a venda e os clientes — conta Francisco. — Este ano não vendi nem R$ 2 mil ainda. Em 2022, eu vendi R$ 5 mil. Em 2023, R$ 3,5 mil. Foi caindo.

A poucos metros da igreja, o Bar do Vavá reuniu dezenas de devotos em uma roda de samba que acontecia desde 8h, com término previsto para 23h. O evento acontece desde a fundação, há 24 anos. Para o dono, Francisco Evanildo Almeida, de 52 anos, a celebração a São Jorge é como se fosse o “Natal” de Quintino.

— A festa de São Jorge ajuda a divulgar o nosso bairro, a economia melhora. É como se fosse o Natal de Quintino, porque é uma data que traz as pessoas que vêm de fora, de outros lugares da cidade, e até de outros estados para conhecer nossa festa. As pessoas sempre veem Quintino como um bairro violento, mas nós temos muitas coisas legais também — diz o comerciante.

FONTE: GOOGLE NOTÍCIAS

PEDRO SILVA
PEDRO SILVA
SÓCIO GERENTE DO JORNAL ACONTECEU.

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