O principal perfil no Instagram de Givaldo Alves, o ex-morador de rua envolvido na polêmica com a mulher de um personal em Brasília, está fora do ar desde o sábado (16). A página contava com 477 mil seguidores e era usada para postar fotos e vídeos da nova vida de Givaldo, que agora trabalha como influenciador digital e ganhou o apelido de “mendigo do amor”.
“Cabeças vão rolar. Aguardem. Já que derrubaram minha conta lá no vizinho [Instagram], vou tirar uma folga até voltar”, comentou Givaldo no TikTok, essa página tem, atualmente, 727 mil seguidores e mais de 3,7 milhões de curtidas.
“Podem tentar, mas a gente que viveu nas ruas aprende que cada dia é dia. Força e coragem a todos os que torcem por mim”, completou. Apesar do comentário, Givaldo não explica o motivo de ter tido o perfil no Instagram bloqueado. O R7 entrou em contato com a assessoria de imprensa da rede social para saber o motivo de a conta ter sido derrubada, mas ainda não recebeu retorno.
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Givaldo tem lucrado com a história trágica que levou a mulher do personal Eduardo Alves, a empresária Sandra Mara, de 33 anos, à internação em um hospital psiquiátrico. Na sexta-feira (15), ele disse à Record TV que é grato pela mudança de vida após o episódio em que acabou agredido pelo personal, em março, em Planaltina. No entanto, ele afirma que se arrepende do que aconteceu, sobretudo devido ao estado de saúde da mulher envolvida no caso.
Com o retorno obtido depois da exposição do fato, Givaldo saiu da situação de rua e atualmente mora em um hotel de luxo em Brasília, apesar de estar sob investigação. Ele acumula milhares de seguidores nas redes sociais e é visto em diversas festas pelo país.
Givaldo também tem vendido sua imagem a um perfil na internet que cobra R$ 100 para gravar vídeos personalizados nos quais o ex-morador de rua pode enviar mensagens de parabéns, convocar para eventos e até fazer piadas de cunho sexista citando o nome de pessoas que compraram o material. Ele também entrou em negócios envolvendo criptomoedas.
Caso na Justiça
Perfis nas redes sociais envolvendo o nome de Givaldo já estavam na mira da Justiça. A Justiça do Distrito Federal determinou que YouTube, Facebook e Instagram retirem do ar páginas que difamaram a imagem do casal envolvido na polêmica com o sem-teto.
No caso do YouTube, a juíza Josélia Fajardo explica na decisão, publicada na última terça-feira (12), que “a parte autora pretende [que] seja determinada a imediata indisponibilização dos canais falsos e dos vídeos contendo conteúdo ofensivo, difamante, ultrajante à honra, imagem e à vida privada dos requerentes, criados na plataforma”.
A magistrada diz que os perfis utilizam nomes semelhantes ao do casal “com o fim de propagar notícias falsas e distorcidas sobre um fato ocorrido com a autora e noticiado em vários jornais”. O prazo estipulado para a retirada dos perfis da plataforma foi de 24 horas, sob multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
Com relação ao Facebook e ao Instagram, o documento, de 31 de março, aponta que “trata-se de pedido de tutela antecipada de urgência formulado em petição inicial íntegra em que os autores almejam a remoção ou bloqueio dos perfis individualizados, criados nas redes sociais” em questão.
Relembre o caso
Na noite de 9 de março, o personal trainer Eduardo Alves flagrou a esposa fazendo sexo com o sem-teto Givaldo Souza dentro de um carro. O personal espancou o morador de rua por acreditar que a mulher era vítima de um estupro.
A cena foi filmada por câmeras de segurança. Diante da gravidade das agressões, Givaldo foi levado para o Hospital Regional de Planaltina, onde permaneceu por três dias. Após a recuperação, ele foi conduzido a um abrigo em Ceilândia.
Na ocasião, a esposa do personal alegou ter se envolvido na situação após sofrer um surto psicótico, segundo o marido. Em seguida, ela foi internada em uma unidade psiquiátrica pública no DF, onde permanece até a publicação desta reportagem.
Confira o momento da agressão no vídeo abaixo: