MC Cabelinho se manifestou nas redes sociais nesta quinta-feira (29) horas após Poze do Rodo ter sido preso por suspeita de ligação com facção criminosa e presença de traficantes em evento. O funkeiro foi detido pela manhã em sua própria casa, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, o que fez Cabelinho fazer um desabafo no Instagram. “Desde sempre a cultura preta favelada periférica é criminalizada”, disse o cantor, debatendo apologia ao crime e citando até as novelas da TV Globo nas quais atuou.
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Foto: Instagram/@pozevidalouca
Nas palavras de MC Cabelinho, é uma hipocrisia um roteirista de filme ou novela escrever sobre um personagem traficante ser considerado arte, enquanto um funkeiro que canta sobre a própria realidade na periferia ser encarado como apologia ao crime.
“O que me deixa intrigado é que quando eu atuei na novela das nove, que eu fiz um papel de traficante, em ‘Amor de Mãe’, da TV Globo, era arte, né? Quando eu fiz um papel de bandido na novela ‘Vai na Fé’, das sete, na Globo, era arte. Quando um roteirista escreve a vida de um traficante e relata o que acontece na favela, é arte. Agora, quando um MC, funkeiro, favelado, relata a realidade, o que acontece na favela nas músicas dele, é apologia ao crime”, expõe Cabelinho.
“Agora, quem decide isso? Quem decide o que é apologia ao crime ou não? Sou eu, é você? Não, mano. Quem decide isso é um desembargador, um juiz, um político. Branco, racista, que não gosta de nós, que quer ver nós f*dido, tá ligado?”, complementou o MC, que logo depois se aprofunda no caso de Poze do Rodo.
Cabelinho questionou a maneira como o funkeiro foi detido e levado à delegacia. “Sem camisa, descalço, algemaram o menor. Humilhando o menor na frente da família dele, dos amigos. Óh o que nós tá tendo que passar aí, mano. Poze, essa luta não é só sua, essa luta é nossa. Tô contigo”, finalizou ele, declarando apoio ao funkeiro, que nega todas as acusações que o levaram à prisão.